Nunca tive curiosidade de xeretar as coisas do marido. Me refiro à carteira, ao celular, ao e-mail, essas coisas. Caixa de ferramentas eu xereto sempre. Tem coisas lá que preciso às vezes.
Confesso que, além da falta de curiosidade, também tinha um pouco de medo do que eu ia encontrar lá. Por isso, nunca mexia.
Tenho vergonha de contar que fiz isso recentemente. Vi que tinha toda razão de passar quase 11 anos sem fazer. Tem coisas que é melhor não saber.
Ainda acho que ele é um cara do bem, embora mais ingênuo do que pensei. Mas descobri que uma pessoa que se passa de amigo na minha frente, quando está no chat privado com ele, fala de mim como se eu fosse uma inimiga, tenta mostrar pra ele todo o mal que faço pra ele (what? vem calçar meus sapatos), e até tenta, de certa forma, nos separar.
Pior: pessoa que EU apresentei a ele como amigo, pessoa que, quando percebe que estou tendo problemas em casa, vem, dá conselhos. PQP (e me perdoem pelo palavreado).
Eu não sou de guardar nada. Nem de bom, nem de ruim. Falo na hora, senão esqueço, perde o efeito.
Conversei com ele. Brigamos. Sentimos. Decidimos nos afastar dessa pessoa.
Tinha uma amiga na faculdade que nunca apresentava o seu esposo às suas amigas. Ela devia ter seus motivos. Um dia ela me disse que eu misturava muito as coisas. Acho que ela estava certa.
Por que estou contando isso aqui no blog, se é algo tão íntimo, e até mesmo vergonhoso?
Não sei... Só queria ter pra quem contar.