quinta-feira, 26 de março de 2015

Doce de Jabuticaba Feito por Mim

Oi, pessoal!
Como estão todos? Espero que bem.
Já falei aqui dos meus vizinhos mais de uma vez. Todo canto que eu moro sou abençoada com vizinhos gente boa, mesmo os que curtem ouvir um brega com o volume nas alturas (risos), mas todos são legais.
Bem, recentemente a Dona Cristina me deu muita jabuticaba, muita mesmo, que ela colhe do sítio que eles tem perto da cidade. Como aqui em casa só Geo e eu gostamos, e ele tá fora do país, a alternativa pra que não estragasse foi fazer um doce.
Eu nunca tinha feito doce caseiro a não ser de jaca, goiaba ou banana, mas acho que todo doce começa do mesmo jeito. Até dei uma olhada em uns sites, mas no final fiz meio às cegas mesmo.
Eu fiz com a casca e as sementes, no final passei na peneira para retirar bem todo sumo e descartei só as sementes, eu adoro os pedacinhos de casca de fruta nos doces caseiros.

Quando esfriou eu coloquei nesse potinho reciclado. Não deu muito, eu estava com medo de botar tudo a perder, então usei pouca quantidade. Mas vou fazer mais.

As medidas que usei foram:
3 xícaras de jabuticabas
1/2 de açúcar demerara
1/2 de água

O tempo de cozimento não contei, mas assim que levantou fervura eu baixei o fogo, esperei reduzir um pouco e pronto.

Espero que tenham gostado.
Desculpem o post meio torto, mas é que fiz do smartphone.
Beijos e fiquem com Deus.

terça-feira, 24 de março de 2015

Os Dias em Bombarda e Roncador

Oi, pessoal! 
No começo de Março fui visitar a casa de uma amiga que acabou de mudar para um assentamento no litoral sul de Pernambuco. Ela e sua família faziam parte de uma área que foi desapropriada para a construção/ampliação de SUAPE, por isso foram realocados na zona rural do Município de Barreiros, é a Reforma Agrária funcionando, pelo menos nesse caso.
Eu que sou recém chegada nesse assunto, e ainda tenho muito o que aprender, não imaginava ver o que vi. Nem vou dividir com vocês a minha ideia antes de conhecer, acho que prefiro guardar aqueles pensamentos errados e vergonhosos só pra mim. Mas vou mostrar e também contar pra vocês um pouquinho do que eu vi e vivi lá.
A visão que temos ao sair da casinha do Engenho Bombarda, onde ela está acomodada com a família, enquanto a dela vai ser construída na parcela. Após todo esse campo verde, temos o Rio Una, que alagou Barreiros há alguns anos atrás. Foi muita destruição. Mas a água retrocedeu, a cidade em parte se reergueu, é uma cidade bonita.

Um pé de mamão do quintal

Uma parte da casinha. Minha amiga precisou limpar tudo, estava abandonada há muito tempo.

Eu amo bambus. A parcela dela tem muitos plantados, uma linda visão ao longe, bem em cima do morro. Mas esqueci de tirar foto.

o menino precisou trocar seus sapatinhos pra encarar a lama do campo. 

Mas ele e seus irmãos seguem os passos dos pais nessa vida. Lenin, meu reizinho. Levi, o lindo. Lucas, o magnífico. Eles são demais.

Olha o Lênin aí. Ele pertence a esse lugar.

Essa moradora já vivia lá, a família adotou e está cuidando. Tem mais duas, mas não consegui tirar a foto.

Gente, eu já nem lembrava mais como é gostoso andar descalça no barro vermelho, sentir o chão frio e molhadinho, o barro escorregando entre os dedos. Tiramos nossas galochas pra poder atravessar as poças de lama que eram muito fundas e podia atolar.

Minha cara de pura felicidade no meio do mato. Delícia de lugar.

O caminho é longo, e é muito trabalho, mas a alegria de estar produzindo algo, em total interação com a natureza, isso não tem preço.

O filho mais velho (Lucas) ajuda muito.

Mudinhas que logo serão replantadas na parcela. Vai ser lindo ver tudo isso crescendo.

Olha o que achamos escondido na barreira. Um buraco de tatu. Mas não vimos o bicho.

Tem muita paisagem bonita por lá.

Essa, por exemplo.

Barbara e seus filhos.

A casinha.

Há nascentes de água doce em toda parte, e se pode beber até beber daquelas que ainda não foram exploradas, são límpidas. Eu mesma matei a sede numa que fica pertinho da parcela de minha amiga. Há córregos, olhos d'água, riachos, além do Rio Una, que é puro esplendor em sua extensão e força. Esqueci de tirar fotos dele. 

Cada momento lá foi um aprendizado. Impressionante ver o senso de preservação daquela família. A interação com a natureza, começando pelo meu reizinho Lênin, que mesmo tão pequeno sabe o valor de cada pedacinho daquele chão. Até o filho adolescente, o Lucas, tinha muita coisa a me dizer sobre tudo o que vi lá.

A maioria das estradas ficam intransitáveis na estação das chuvas. Acredito que quando começarem a escoar a produção dos assentados, vão melhorar as estradas. Há muito o que se fazer lá, e olhando com meus olhos logísticos, eu gostaria de começar tudo muito rápido, porque o crescimento econômico ali não é pra daqui a muito tempo, mas sim para daqui a pouco.

Quando a casa de minha amiga, a definitiva, estiver pronta, teremos uma visão de todo o vale. Me imagino indo visitá-la muitas mais vezes, e no fim da tarde vamos conversar contemplando aquele espaço rico, que até bem pouco tempo atrás estava abandonado e estéril.

Nem preciso dizer que voltei dali com um pensamento reciclado, uma visão bem melhor. E cheia de projetos. Há muito o que se fazer, começado pela consciência individual, pelo aprendizado e pela coragem de mudar. Vou começar pela minha casa, e quero ir ampliando o círculo aos pouquinhos.

Obrigada pela sua vinda, obrigada por cada um de vocês.
Um grande abraço.
Ana de Geo